Revista Biomais

Sustentabilidade: preocupação e verdade naquilo que fazemos

por Daniela Robledo, diretora de Marketing na empresa SOL Copérnico Energias Renováveis

Soluções sustentáveis não podem ser enfeites em eventos. A sustentabilidade não pode ser usada como uma vitrine para a mídia, mas deve ser uma verdade e uma conduta para que as pessoas a experimentem e vivenciem, de modo a difundir essa cultura para o maior número de indivíduos.

Meu grande legado é fazer da sustentabilidade algo natural, trazendo esse conceito para perto de mim, da empresa em que trabalho e de todas as pessoas que conheço, desmistificando-a como algo distante e impossível e que só serviria se fosse impecável. Para mim, sustentabilidade é tudo aquilo que está ao nosso alcance, que pode e deve ser feito para não agredir (ou, muitas vezes, para agredir menos) o meio ambiente.

Neste ano, participamos da Agrishow, uma das maiores feiras agrícolas do mundo. Os eventos corporativos e feiras se tornam uma grande oportunidade para que as empresas participantes promovam e instituam suas opções sustentáveis no momento de expor.

Muito diferente de uma ação greenwashing, temos uma preocupação e uma verdade naquilo que fazemos, e não divulgamos isso, porque não é sobre marketizar, é sobre viver o que se propõe e acredita. Por isso, neste artigo estou dividindo um pouco das minhas escolhas, com o intuito de incentivar outros executivos que também possam surfar nesta onda. Torna-se tudo muito fácil depois que é assimilado no cotidiano.

Para começar, a questão não é somente com quais materiais se faz o estande, mas sim o que se faz com todo o material depois que a feira acaba. Onde se joga tudo e o que é reaproveitado. É um novo mindset. Nesta feira, nosso estande foi construído com algumas alternativas ecofriendly, com o uso de estruturas de madeira de reflorestamento, compensados, painéis de material reciclado e mantas, entre outras preferências de materiais. Tudo foi construído de maneira sustentável? Não, muita coisa infelizmente não tem material disponível no mercado para substituição e muito menos com valores absorvíveis dentro do budget para o evento. Também não permito que a aparência seja rústica ou alternativa demais. As pessoas confundem o sustentável com alternativo.

Mas esse não é o diferencial que desejo explorar. Isso é apenas o compartilhamento das minhas escolhas.

O importante é que, como temos muitos eventos dentro do nosso planejamento este ano, todo o material que usamos, na estrutura e decoração, será reaproveitado nos demais que faremos; assim, no término de cada evento não jogaremos tudo fora tendo de fazer de novo no seguinte. Isso é uma mudança e um diferencial.

Quanto aos resíduos gerados, o lixo, tudo foi separado e, em parceria com ONGs locais, foi recolhido e distribuído. Na comunicação visual, foram utilizadas bases de tecidos pet reciclados, impressos por sublimação, o que visualmente não mostra alteração – como já mencionei, não marketiza e não sinalizamos isso, mas é nossa contribuição consciente ao meio ambiente.

Sobre A&B, como nossa empresa tem o DNA da brasilidade como um de seus pilares, sempre optamos por diferentes experiências que remetam a diferentes cantos do Brasil. Optamos por um coffee break orgânico e o principal: de produção local. Assim, valorizamos e incentivamos o consumo e a produção local, sem falar na geração de emprego. Isso deve ser uma preocupação de todos.

Para os nossos brindes, como tratava-se de uma feira agro, criamos uma versão moderna do embornal. O embornal era usado antigamente por andarilhos para o transporte de alimentos e sementes. Então, criamos um modelo estilizado para o nosso brinde, com material de tecido pet, e também oferecemos copos de fibra de coco. Hoje todo o material foi desmontado e encaminhado para receber ajustes e limpezas para a próxima montagem.

Agora, o melhor e mais importante de tudo: não gastamos absolutamente nem um centavo a mais por fazer essas escolhas.

Acho que a mudança do mundo é esta. Todo mundo faz um pouco, o que está ao seu alcance e, assim, um pouco vira muito.

Editoria “Opinião” da REFERÊNCIA BIOMAIS, edição 51.

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