Revista Biomais

SUSTENTABILIDADE DE PONTA A PONTA

Vetorial retoma crescimento depois de longa crise do setor minero-siderúrgico mundial e volta a investir em expansão sustentável na produção de biorredutor, ferro-gusa e minério de ferro de alto teor

Com ampla experiência no mercado e operações concentradas no Mato Grosso do Sul, a Vetorial iniciou suas operações no setor de siderurgia e mineração há 53 anos. Hoje, atua no setor siderúrgico através da produção verticalizada do ferro, em uma cadeia produtiva longa e sustentável que se inicia na aquisição de florestas, passando pela produção de biorredutor, minério de ferro, ferro-gusa e logística integrada em diversos modais.

Mesmo diante das incertezas durante a pandemia e do ambiente de negócios adverso, a Vetorial registrou resultados positivos e consistentes em seus indicadores operacionais e financeiros, através da combinação de ações como redução de custo, apoio aos clientes e fornecedores, zelo e gestão consciente de fluxo de caixa, otimização de processos e aumento de produtividade.

EMPRESAS DO GRUPO

Ao todo, de ponta a ponta da cadeia produtiva, a Vetorial tem três grandes negócios: o ferro-gusa, que é o carro-chefe; a extração e venda de minério de ferro; e a produção de carvão. As três empresas: Vetria Mineração, Vetorial Siderurgia e a Vetorial Energética, sem exceção, têm recebido grandes investimentos, tanto para modernização do parque industrial, quanto para a implantação de novas tecnologias, de forma a garantir um futuro sustentável e perene.

A Vetorial é composta por empresas que se somam em um negócio verticalizado, sustentável e robusto. Com foco na produção de biorredutor, a Vetorial Energética possui capacidade de produção atual de 45 mil m3 (metros cúbicos), com expectativa de ampliação em sua capacidade produtiva para 75 mil m3 até o final de 2023. Conta atualmente com 5 operações em diversas regiões no Estado do Mato Grosso do Sul.

Suas operações consomem 100% de florestas plantadas sustentáveis. Toda a operação é mecanizada, desde a colheita, até a entrega do carvão vegetal nas usinas da Vetorial Siderurgia. Responsável pela produção do ferro-gusa, tem capacidade de produção atual de 670 mil toneladas anuais e conta com quatro altos-fornos, dois na cidade de Corumbá e dois no município de Ribas do Rio Pardo.

As unidades produtivas da Vetorial contam com equipamentos modernos, com principais destaques para a tecnologia na geração própria de energia elétrica nas duas usinas (UTE) a partir de fonte renovável e limpa, fábrica de oxigênio (FOX) e injeção de finos de biorredutor (PCI).

A Vetorial possui duas unidades operacionais de produção de minério de ferro de alto teor, ambas em Corumbá, com capacidade instalada anual de 4 milhões de toneladas. Parte desta produção é destinada ao consumo interno da Vetorial Siderurgia e parte é comercializada no Brasil e no exterior.

Para a empresa, o maior diferencial competitivo no mercado nacional e internacional é ter minério de ferro próprio de excelente qualidade e com alto teor de ferro, pois torna o negócio, sobre tudo economicamente, viável e independente de grandes corporações, garantido o insumo no presente e no futuro.

Buscar por alta performance em seus negócios é a marca da Vetorial. “A empresa vem sistematicamente investindo na capacitação da equipe, na melhoria de seus processos e instalações operacionais. Os bons resultados dos últimos tempos indicam que a Vetorial está na direção certa, reflexo do trabalho de uma equipe dedicada e competente, que trabalha alinhada com os propósitos da administração e acionista”, celebra Gustavo Trindade Corrêa, presidente do conselho administrativo da Vetorial.

BIORREDUTOR

A qualidade do biorredutor é um quesito essencial na produção do ferro-gusa. Portanto, investir em iniciativas que melhorem a qualidade do carvão vegetal é fundamental para otimizar a performance da operação e ganhar competitividade.

Reforçando sua contribuição para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, a Vetorial possui um número significativo de fornecedores no Estado, dentre eles produtores de florestas e biorredutor, que se tornam parceiros da Vetorial para garantir o abastecimento deste insumo de forma pulverizada em todo o Estado, fortalecendo a economia, distribuindo renda e gerando emprego a mais de 4 mil trabalhadores em todas as regiões do Estado.

Uma das estratégias adotadas pela Vetorial é associar parte da sua produção de biorredutor oriunda de pequenas florestas, resíduos florestais desvitalizados e florestas inservíveis para as especificações de abastecimento ao setor de celulose, de forma que a produção de biorredutor não exerça concorrência com o setor de celulose. Pelo contrário, elas se somam de forma a garantir o melhor aproveitamento dos recursos florestais disponíveis no Estado.

Nos últimos anos, o uso do biorredutor tornou-se parte da estratégia comercial da Vetorial. “O setor siderúrgico passou por momentos difíceis na última década, mas felizmente está retomando o crescimento. Nesta recuperação, está priorizando práticas de sustentabilidade. A demonstração desta tendência é o fato de a Vetorial ter recebido auditorias e visitas técnicas de empresas clientes americanas e japonesas, em busca de produtos siderúrgicos provenientes de fonte energética sustentável”, afirma Mário Cleiro de Sousa, diretor de operações da Vetorial Siderurgia.

A siderurgia a carvão vegetal utiliza o biorredutor (carvão vegetal) como fonte energética limpa e renovável, com baixa emissão de gases de efeito estufa, tornando-a altamente sustentável do ponto de vista ambiental. Para garantir competitividade do ferro-gusa nacional no mercado mundial, o desafio do setor será preservar a sustentabilidade econômica ao mesmo tempo em que garante a sustentabilidade ambiental. 

“Temos como decisão estratégica quatro grandes desafios prioritários ao negócio: promover atitudes de forma mais sustentável; promover  e desenvolver mercados mais sustentáveis ao negócio; desenvolver nas operações e cadeia de suprimentos processos e parceiros mais sustentáveis; além de promover soluções de negócios mais sustentáveis. Temos muito a evoluir, mas acreditamos no caminho mais sólido e sustentável para os negócios da Vetorial”, ressalta Mário Cleiro.

CRESCER COM SUSTENTABILIDADE

A Vetorial tem em seu planejamento estratégico investimentos previstos para todos os seus negócios. Busca oferecer ao mercado soluções no uso do ferro-gusa de fontes limpas e renováveis. Dessa forma, contribui para alcançar uma das metas da empresa que é a construção de uma sociedade mais sustentável.

A empresa irá dobrar sua produção de biorredutor nos próximos 18 meses, atingindo mais de 60% de produção própria. O restante da demanda é abastecido por fornecedores parceiros que, também, vêm se aprimorando com o apoio da Vetorial.

O Brasil é o maior produtor de biorredutor do mundo. Recentemente, com o avanço da conscientização da busca pelas práticas de ESG nas empresas, esta característica nacional passou a ser reconhecida e valorizada. O carvão vegetal siderúrgico configura-se numa rota tecnológica, por enquanto insuperável, para zerar as emissões de carbono na siderurgia.

Cabe salientar que, no passado, a produção de biorredutor esteve ligada a uma imagem negativa, remetendo a processos e equipamentos arcaicos e de precárias condições de trabalho. Atualmente, com a mecanização, a implementação de novas tecnologias e práticas operacionais sustentáveis, esta imagem negativa faz parte do passado. Graças a investimentos nos últimos anos realizados pela Vetorial, criou-se um ambiente de trabalho seguro, tecnológico e sobre tudo sustentável.

Em 2020, a siderurgia brasileira produziu cerca de 30 milhões de toneladas de ferro-gusa, das quais 23 milhões foram produzidas em altos-fornos a coque e 7,5 milhões produzidas em altos-fornos a carvão vegetal. Mato Grosso do Sul respondeu por 7% da produção nacional.

O biorredutor, carvão vegetal siderúrgico representou, em 2020, 11% da base de florestas plantadas no Brasil. Mesmo se utilizar toda a capacidade instalada, a participação não passará de 14% da base florestal. Em Mato Grosso do Sul representou, em 2020, 4%, podendo atingir no curto prazo 7% da base florestal do Estado. Os dados acima demonstram a importância deste insumo na indústria siderúrgica brasileira.

FERRO-GUSA VERDE

A Vetorial produz ferro-gusa verde, ou seja, ferro-gusa de baixo carbono, produzido de forma sustentável a partir de biomassa renovável. Utiliza combustíveis de fontes renováveis na termorredução do minério de ferro, biorredutor originário de florestas plantadas. Isso de dá através de um processo natural em que o sequestro de CO2 (gás carbônico) e liberação de O2 (oxigênio) reduzem significativamente os impactos dos gases de efeito estufa. Com isso, o uso de ferro-gusa verde em substituição ao ferro-gusa obtido por meios tradicionais contribui para a redução de emissões dos gases de efeito estufa na atmosfera.

“As chamadas florestas energéticas são matas plantadas que diminuem a pressão sobre as nativas. São utilizadas para a produção de biomassa energética, como o carvão vegetal. Favorecido pelas condições climáticas do país, Mato Grosso do Sul produz florestas com qualidades interessantes para o setor siderúrgico e com ciclo curto. Segundo a ABRAF (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas), atualmente, apenas 0,6% do território brasileiro é ocupado por florestas plantadas. Esses números atestam o potencial para crescimento e ampliação do setor de energia renovável a partir de florestas plantadas”, destaca Mário Cleiro.

Em 2021, com a reativação da unidade de Ribas do Rio Pardo, a Vetorial aumentou em 50% sua capacidade de produção. Eram 30 mil toneladas/mês de ferro-gusa até 2021. Chegaa 45 mil toneladas por mês esse ano, com previsão de chegar no patamar de 60 mil toneladas/mês de ferro-gusa até 2024, com projeto de mais um forno em Corumbá. Com a entrada de mais este alto-forno vai duplicar a produção em um período de 3 anos. “Desafios, felizmente, sempre existiram e existirão. É por conta deles, que a humanidade prospera. É verdade que o cenário está conturbado. O mundo passa por fortes mudanças. Não vejo, contudo, riscos para a siderurgia nacional. Ao contrário, há oportunidades, como, por exemplo, oferecer uma rota tecnológica via biorredutor, que tenha zero de emissões de carbono. No mercado já existem duas empresas brasileiras com reconhecimento em certificação e mundialmente reconhecidas como siderurgias neutras em emissões de carbono”, detalha Gustavo Trindade Corrêa, presidente do conselho administrativo da Vetorial.

Em 53 anos, a Vetorial sempre foi uma empresa de vanguarda. “Estamos investindo em pesquisa e desenvolvimento na produção de biorredutor, além de sistematicamente investir nos altos-fornos na busca de alta performance. Nossos resultados indicam que estamos na direção correta, graças ao trabalho de uma equipe dedicada e competente, que trabalha muito unida com o conselho de administração e acionistas, alinhando o tático e o estratégico”, pontua Gustavo.

Reportagem da REFERÊNCIA BIOMAIS, edição 53.

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