O armazenamento de energia terá papel essencial para o avanço da transição energética e avanços na regulamentação da geração distribuída e demanda de regiões remotas trazem perspectiva positiva para o uso de baterias no Brasil. Essa é a avaliação do vice-presidente de negócios, marketing e inovação da UCB, Marcelo Rodrigues.
“Antes nós tínhamos que provar os benefícios do armazenamento, hoje não temos que provar mais nada. Temos que acelerar e levar esse benefício para todos os brasileiros, seja em uma região remota da Amazônia, ou para quem já tem uma experiência positiva com fontes renováveis”, disse o executivo.
Em entrevista exclusiva ao Portal Solar, Rodrigues explicou que o país possui potencial para a produção de baterias, visto que conta com técnicas e insumos necessários para fabricar equipamentos que atendam diretamente as necessidades locais. “Não é só trazer um produto da China, é entender os desafios e particularidades do Brasil e da Amazônia.”
“Existe a questão da experiência e competência, que construímos com os cases de sucesso. Não é importar, é fazer o processo de transferência de tecnologia para a gente produzir aqui. Hoje temos escala e com isso conseguimos ter competitividade, preço e suporte local que permitiram o nosso crescimento”, detalhou.
A companhia já realizou mais de 35.000 instalações de baterias em conjunto com sistemas de energia solar em regiões isoladas da Amazônia, que antes utilizavam diesel para ter acesso à energia. “Fizemos uma contribuição significativa para o processo de universalização do sistema de energia no projeto Mais Luz Para Todos e Mais Luz Para Amazônia.”
Além da iniciativa em regiões remotas, Rodrigues conta que a UCB está investindo em soluções de descarbonização para cidades através da fabricação de baterias para motos elétricas. Ele ressaltou que as baterias utilizadas em veículos, após o uso, podem ser resgatadas e usadas para armazenamento de energia em residências.
Nova regulamentação e armazenamento
Com os avanços regulatórios trazidos para o mercado de energia solar através da Lei 14.300, que estabeleceu o Marco Legal da Geração Distribuída, Rodrigues aponta o armazenamento como uma solução atrativa para os consumidores interessados em geração renovável.
“Há uma perspectiva absurda. A nossa preparação passou muito por engenharia e projetos relevantes de pesquisa, desenvolvimento junto a alguns clientes de distribuidoras, entendendo as particularidades do armazenamento de energia em conjunto com a geração distribuída. Nossa experiência no off grid também mostra que estamos preparados para esse mercado”, afirmou o executivo.
Reposicionamento de marca
Recentemente a Unicoba mudou o posicionamento de marca e se tornou a UCB. Conforme Rodrigues, a companhia pretende ser mais do que uma fabricante de baterias, mas sim uma provedora de soluções de armazenamento de energia.
“Bateria normalmente é um sistema para ter um backup, enquanto no armazenamento há uma complexidade maior. O sistema de baterias tem que funcionar em perfeita sintonia. O processo é um pouco mais sofisticado, aonde o sistema de geração, junto com esse banco de baterias, tem que ter uma continuidade de energia de maneira ininterrupta”.
Fonte: Portal Solar