Módulos de alta potência podem trazer riscos para instalações residenciais?

Realidade brasileira é formada por rooftops com áreas pequenas, pontos de sombreamentos e outras peculiaridades

      Os módulos fotovoltaicos de alta potência estão “na moda” dentro do mercado de energia solar, com cada vez mais produtos sendo lançados no Brasil. Entretanto, de um modo geral, quanto maior a potência da tecnologia, maior é o seu tamanho e peso.

     Por esse motivo, muitos projetistas acabam inviabilizando a sua utilização em razão de muitas estruturas (telhados) brasileiros não apresentarem suporte adequado ou áreas com espaço para a sua aplicação.

      Entretanto, em razão do crescimento do setor, muitas empresas instaladoras têm surgido no mercado e sugerido a aplicação destes módulos sem nenhum tipo de conhecimento técnico e apenas acreditando na falácia de que quanto mais potência um painel solar tem, melhor ele é.

      Para elucidar os riscos ocultos que os módulos de alta potência podem causar em determinados tipos de telhados, o Canal Solar realizou, na última terça-feira (22), um webinário com Ramon Nuche, diretor Latam da AE Solar, e Eduardo da Silva, agente de relacionamento da Helte.

      Entre os riscos envolvidos em projetos instalados de “qualquer jeito” com módulos fotovoltaicos de alta potência, os dois citam a segurança para os instaladores, a integridade estrutural dos telhados, o maior risco de incêndios devido a correntes elétricas elevadas, além do estresse mecânico do sistema.

      “Os módulos de potência maior tendem a ser muito mais pesados. Um painel solar de 550W, por exemplo, tem cerca de 32 kg enquanto um de 460W da AE Solar tem 24 kg. No Brasil, onde há muitos telhados e casas antigas, essa multiplicação de peso é mais difícil suportar, podendo ocasionar acidentes”, afirmou Silva.

      De acordo com Nuche, quando um cliente apresenta uma limitação de área ou peso em um telhado, o ideal é utilizar mais módulos menores e de mesma eficiência em relação aos módulos de grande porte. “O que vai acontecer na prática é que, conforme o recorte do telhado, será possível colocar mais painéis solares de menor dimensão. No fim, acaba-se colocando mais potência dentro desta mesma área”, comentou.

       Para o profissional, a estratégia traz uma série de vantagens de flexibilidade na hora da aplicação. “O cliente vai querer saber, no fim das contas, da energia gerada no final do mês. Tanto faz para ele se a potência dos módulos é menor ou maior”, frisou.

      Nuche também chamou a atenção das empresas para que, antes de fazerem qualquer instalação, realizem um estudo estrutural bem elaborado e procurem a ajuda de profissionais realmente capacitados. “Você consegue dentro de um software ou no próprio papel fazer o layout da área do telhado e ir encaixando os módulos da melhor maneira”, disse.

      “Se não tem um engenheiro civil dentro da empresa, contrate um para fazer essa análise, porque a última coisa que o integrador vai querer é que a sua instalação cause problemas aos seus clientes”, finalizou.

Fonte: Canal Solar

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