Incentivo a adesão do etanol faz parte de parceria do país com indústria brasileira.
A produção de biocombustível tem ganhado força em vários países no mundo. O Brasil é referência neste tipo de produção, bem como tem incentivado outras nações por meio de iniciativas desenvolvidas pela União da Indústria da Cana de Açúcar (UNICA) com a ApexBrasil e a Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool).
No início deste ano, a mistura de etanol a gasolina foi anunciada pela Índia. Na ocasião, uma visita da comitiva do país até esteve no Brasil. Além dela, está semana, quem também anunciou a mistura de 10% do biocombustível à gasolina foi a Guatemala.
De acordo com a UNICA, o combustível renovável ajudará a Guatemala a reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE), bem como diversificar as fontes de energia do país, o qual é o mais populoso da América Central. A mistura será obrigatória a partir de 2024, assim o país terá que se adaptar às novas mudanças até lá.
Para Evandro Gussi, presidente da UNICA, o anúncio guatemalteco, é visto como bastante positivo, uma vez que incentivará a economia de baixo carbono, bem como incentivar ainda mais seu potencial produtivo para ampliar a indústria de bioenergia no país.
“O anúncio do ministro Pimentel é uma excelente notícia para todos nós, pois reforça o papel fundamental do etanol na transição para uma economia de baixo carbono, apresentando uma alternativa efetiva e disponível na Guatemala. A Guatemala tem enorme potencial produtivo para ampliar a indústria de bioenergia, reduzindo a forte dependência de combustíveis fósseis”, explicou o diretor-executivo da Única, Eduardo Leão. “Em linha com os objetivos do governo guatemalteco, tivemos a oportunidade de compartilhar nossa experiência brasileira de quase 50 anos de uso e produção do etanol, no Ethanol Talks, cooperando para a alavancar a produção do biocombustível” explicou Gussi.
O especialista destaca que um seminário realizado em maio no país foi um dos responsáveis pela escolha da Guatemala em aderir o etanol. Isso porque o evento proporcionou um ambiente de diálogo e cooperação entre especialistas dos dois países para discutir o uso do etanol como alternativa para a mobilidade de baixo carbono.
“No Brasil, toda gasolina contém obrigatoriamente 27% de etanol. Além disso, desde 2003 circulam os veículos flex fuel, que funcionam tanto com gasolina quanto com etanol, em qualquer proporção. O uso de etanol por quase 50% dos carros do Ciclo Otto (veículos leves), evitou a emissão de 600 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera em quase 20 anos “, explica a UNICA.
Durante o anúncio da mistura do etanol na gasolina pelo ministro de Energia e Minas do país, Alberto Pimentel, na última semana, ele enfatizou que a mobilidade sustentável é uma das ações mais procuradas pelas países a fim de reduzir as emissões, assim como tornar o transporte mais verde e mais sustentável.
“Os objetivos desta mobilidade incluem mitigar a mudança climática causada pela queima de combustíveis fósseis, reduzir a poluição atmosférica, melhorar a qualidade do ar, coordenar políticas de mobilidade sustentável com políticas energéticas, ambientais, urbanas e de planejamento do uso do solo, entre outras” reforçou o ministro.