Com a invasão de Putin da Ucrânia, europeus estão recompensando produtores de outras fontes de energia. Conheça a história da Enviva.
Em uma manhã fresca da Carolina do Norte, uma floresta de pinheiros do leste está sendo cortada em um balé hidráulico precisamente coreografado. As pinças pegam troncos de árvores de cerca de 230 quilos e 10 metros, que passam por aparadores e cortadores automáticos e, em seguida, empilham as toras quase uniformes em caminhões de plataforma que as levam para as fábricas para serem cortadas em tábuas de construção. Garras pegam os restos da colheita – galhos, gravetos e restos – e os jogam em caminhões basculantes com capota aberta para uma das 10 plantas administradas pela Enviva, para serem picados, secos, pulverizados e prensados em pellets de madeira de duas polegadas.
Você poderia queimar esses pellets na churrasqueira do seu quintal, se pudesse comprá-los, o que não pode. “Já estamos esgotados”, orgulha-se John Keppler, cofundador e CEO da Enviva. No início deste ano, a empresa sediada em Bethesda, Maryland, fechou contratos take-or-pay para vender milhões de toneladas de pellets a clientes alemães e outros europeus nos próximos 15 anos a mais de US$ 250 a tonelada (cerca de R$ 1.300 na cotação atual), um preço recorde que agora rende margens de US$ 43 (R$ 225) a tonelada, um aumento de 14% em relação ao ano passado.
Os pellets alimentam usinas que antes dependiam de carvão russo ou gás natural. Na Europa, os preços do gás natural saltaram dez vezes em dois anos para o equivalente a US$ 60 por mil pés cúbicos (contra US$ 8,25/mcf nos Estados Unidos). “Nunca houve um momento melhor para estar no negócio de pellets”, diz Keppler.
Embora a invasão da Ucrânia por Vladimir Putin tenha produzido um lucro inesperado para a Enviva, o sucesso não veio da noite para o dia. Keppler, de 50 anos, passou 15 anos transformando-a na maior produtora mundial de pellets de grau industrial, com US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões) em vendas anuais e um valor de mercado atual de US$ 4,65 bilhões (R$ 24,06 bilhões).
Fonte: Forbes – Christopher Helman