Maior geradora alemã de energia compra negócios por US$ 6,8 bilhões
A RWE, maior geradora de energia da Alemanha, concordou em comprar os negócios renováveis da Con Edison por US$ 6,8 bilhões, uma operação que quase dobrará o portfólio de energias renováveis da RWE nos Estados Unidos, o segundo maior mercado desse segmento do mundo.
A compra será parcialmente financiada pela RWE emitindo um título conversível de 2,43 bilhões de dólares para uma unidade da Qatar Investment Authority, por meio da qual a QIA se tornará acionista de 9,1% da RWE.
Já a empresa norte-americana disse que o acordo de venda permitirá que ela se concentre em seu negócio principal de serviços públicos (“utilities”) e na mudança de energia limpa de Nova York.
A transação quase dobrará o portfólio de energias renováveis da RWE nos EUA, para mais de 7 gigawatts (GW), e aumentará seu pipeline de projetos regionais para mais de 24 GW.
Após a aquisição, a energia solar representará 40% do portfólio da RWE nos EUA, acima dos 3% atuais, segundo slides de apresentação da empresa.
O acordo, que deve ser concluído no primeiro semestre de 2023, fará da RWE o quarto maior player de energias renováveis no mercado dos EUA, que desempenha um papel fundamental em sua expansão verde.
A alemã RWE é responsável por 0,47% de todas as emissões produzidas por pessoas na era industrial.
ORIENTE MÉDIO
Além disso, a distribuidora alemã RWE assinou em setembro um acordo com a Abu Dhabi National Oil Company (ADNOC) para enviar gás natural liquefeito (GNL) à Alemanha até o final de dezembro, segundo anúncio da RWE.
Embora a quantia inicial a ser entregue seja relativamente pequena, a medida é um acordo politicamente significativo para reforçar o fornecimento de gás de fora da Rússia, uma vez que o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, busca aprofundar os laços com o Golfo e encontrar fontes alternativas de energia.
O acordo, que inclui um memorando de entendimento para fornecimentos plurianuais de GNL, ocorre no segundo dia de uma viagem de dois dias de Scholz à região do Golfo. “Precisamos garantir que a produção de GNL no mundo avance até o ponto em que a alta demanda existente possa ser atendida sem precisar recorrer à capacidade de produção existente na Rússia”, disse Scholz, na ocasiçao.
A carga a ser enviada neste ano pela ADNOC (Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi) será de 137 mil metros cúbicos de GNL e será o primeiro GNL fornecido ao mercado de gás da Alemanha por meio do terminal flutuante de importação de GNL em Brunsbüttel, perto de Hamburgo, disse a RWE.
A ADNOC reservou ainda um número não especificado de cargas de gás natural liquefeito para a Alemanha em 2023. Os dois novos terminais flutuantes de GNL da Alemanha em planejamento poderão receber até 12,5 bilhões de metros cúbicos de GNL por ano, o equivalente a cerca de 13% do consumo de gás do país em 2021, segundo dados da empresa de pesquisa Enerdata.
“Isso representa um marco importante na construção de uma infraestrutura de fornecimento de GNL na Alemanha e na geração de fornecimento de gás mais diversificado”, declarou a RWE.
Autoridades alemãs esperam que uma série de acordos, como o com a Abu Dhabi, ajudem a diminuir os altos preços de energia. Além de fornecer à RWE, a ADNOC também concordou em vender amônia a empresas alemãs, incluindo Steag e Aurubis. A companhia também fornecerá 250 mil toneladas de diesel por mês para a firma alemã Hoyer.
O presidente dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohammed bin Zayed al-Nahyan, assinou um acordo com Scholz que abrange a aceleração da segurança energética e do crescimento industrial. Separadamente, a empresa de energia renovável dos Emirados Árabes Unidos, Masdar, explorará o desenvolvimento de energia eólica na costa alemã.
Com informações do UOL e CNN.
Reportagem da REFERÊNCIA BIOMAIS, edição 53.