Revista Biomais

Carolina Reis

Formação profissional: administração de empresas pela Universidade Mackenzie

Cargo: diretora comercial do Meu Financiamento Solar, uma solução do banco BV

Olhe para cima

A urgência para adoção de fontes renováveis de energia em todo mundo tem como um dos principais entraves os custos para aplicações de modelos como solar, eólica, maremotriz, entre outras.

Mas e se fosse possível aliar custos acessíveis de investimentos em fontes de energia renovável com a possibilidade de economia na tarifa elétrica? O projeto Meu Financiamento Solar do Banco BV vai de encontro com essa questão.

“O primeiro impacto é uma aceleração da demanda por sistemas solares residencial e comercial no Brasil, pois teremos um período de 12 meses de transição de regras, conferindo as melhores condições para adotar a geração distribuída”, explica diretora comercial do Meu Financiamento Solar, Carolina Reis

A diretora conversou com exclusividade à Revista Biomais e abaixo segue a entrevista na íntegra:

1- Quais as expectativas do setor de energia solar para 2022 no Brasil?

Desde 2015, o setor de energia solar vive um ciclo virtuoso de crescimento e popularização no Brasil. A busca foi impulsionada pelos constantes e elevados reajustes nas tarifas de energia elétrica de todo o país. Entretanto, a redução dos custos dos equipamentos solares, a entrada de novos players, o amadurecimento das regras de mercado e a oferta de linhas de financiamento tornaram a compra do kit fotovoltaico mais acessível.

2022 deverá ser o melhor ano da energia solar no Brasil. A publicação da lei nº 14.300 (PL 5829/19) traz mais segurança para os investidores e para os consumidores. Até então o mercado operava com base na Resolução Normativa nº 482/12, o que gerava certa insegurança.

O primeiro impacto é uma aceleração da demanda por sistemas solares residencial e comercial no Brasil, pois teremos um período de 12 meses de transição de regras, conferindo as melhores condições para adotar a geração distribuída. Isso não significa que o cenário será ruim após 2023, pelo contrário, pois a tendência é de aumento nas tarifas de energia e redução do custo dos equipamentos devido ao ganho de escala.

2- O financiamento de projetos de energia solar tem aproximado mais públicos desse investimento? Qual o investimento para uma pessoa física e privada para contar com um projeto desse tipo?

Definitivamente, a energia solar está em todos os meios de comunicação de massa e isso faz com que a população tome consciência de que a energia solar é viável para todos. Fintechs como o Meu Financiamento Solar desempenham um papel importante ao tornar o financiamento mais simples e menos burocrático.

Em 2021, registramos um aumento de 256% no volume de financiamentos e de 220% em propostas pagas em relação a 2020. Esse número só foi alcançado graças aos esforços de instituições parceiras como Banco BV, que nos permite oferecer linhas de crédito com condições e prazos que cabem no bolso da maioria dos brasileiros. Estamos otimistas para este ano, que também deverá ser marcado pelo crescimento da busca por financiamento solar.

Os sistemas residenciais costumam ter valor inferior a R$ 30 mil. Os sistemas comerciais ficam entre R$ 30 mil e R$ 90 mil, claro que isso vai depender muito do tamanho do projeto.

É possível financiar até 100% do projeto, incluindo a instalação, no valor de até R$ 500 mil para pessoas físicas, e R$ 3 milhões para pessoas jurídicas. O pagamento é sempre feito direto aos fornecedores, isso é um dos diferenciais da linha, permitindo que o valor da mão de obra seja pago diretamente ao integrador (empresas que instalam energia solar).

3- Quais os principais benefícios do investimento em projetos de energia solar? Qualquer residência ou empresa pode realizar esse investimento?

Para quem busca reduzir despesas domésticas ou custos do seu negócio, o principal benefício é permitir que o cliente poupe dinheiro a médio e longo prazo. Já no primeiro mês de funcionamento do kit solar, o consumidor perceberá uma redução na conta de luz que poderá chegar a 95%, restando pagar a taxa mínima e a parcela do financiamento. Após 5 anos, o financiamento será quitado e o cliente terá energia elétrica quase de graça por mais 20 ou 25 anos.

Existem outros benefícios indiretos, como previsibilidade de custos, melhor qualidade no suprimento de energia, valorização do imóvel e aumento da percepção de conforto.

Pensando em benefícios sociais e ambientais, a energia solar é uma ferramenta para combater a desigualdade ao acesso à energia elétrica, às mudanças climáticas e gerar empregos de qualidade.

Sim, qualquer um que tenha um telhado, uma fachada ou uma área favorável para o aproveitamento da luz solar pode investir em um kit fotovoltaico. Empresas instaladoras profissionais têm capacidade para contornar problemas como a eventual necessidade de reforço na estrutura do telhado ou mesmo ajustar o projeto para evitar áreas com sombreamento.

4- Como o poder público tem auxiliado no acesso aos projetos de energia solar no Brasil? O que falta para popularizar ainda mais esses recursos?

O setor solar hoje gera centenas de milhares de empregos e, portanto, terá contribuição relevante na retomada da atividade econômica no Brasil.

O setor elétrico tem instituições sólidas e altamente competentes. A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) cumpre o seu papel fiscalizador e fomentador da inovação tecnológica no mercado de energia elétrica. O mesmo podemos falar do MME (Ministério de Minas e Energia) como mediador e orientador de políticas públicas.

Foi na Aneel que nasceu as bases regulatórias que permitiram a expansão da energia solar no Brasil via geração distribuída (GD). Agora, os legisladores, sob a mediação do MME, entenderam que era importante fortalecer aspectos técnicos, legais e jurídicos do mercado de GD e o resultado desse processo é a Lei 14.300/22.

Além disso, o Governo Federal tem compreendido a necessidade de manter a isenção de alguns impostos de importação para os equipamentos fotovoltaicos. Essa medida tem sido muito importante para amortizar os impactos da alta do dólar e do encarecimento temporário de insumos utilizados na indústria solar, que estão pressionados pela alta demanda global por tecnologias sustentáveis e pelos custos do frete marítimo.

Reportagem da REFERÊNCIA BIOMAIS, edição 49.

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