Tratada como tabu durante muito tempo, a produção de biomassa no Brasil já se transformou na terceira maior fonte de energia no país
Com grande extensão territorial, o Brasil é um país de contrastes que também estão presentes na infraestrutura e na matriz energética brasileira. Apesar do crescimento e diversificação da matriz energética brasileira, muitas cidades, principalmente no interior do país, ainda sofrem com carência de energia elétrica. Nesse cenário, a energia gerada a partir de biomassa é uma alternativa para acabar com a carência de energia.
“A biomassa é uma saída muito interessante para a carência energética”, explica o analista de Produtividade e Inovação da Abdi (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), Antônio Tafuri, em entrevista ao Diário do Comércio. “Com os resíduos é possível fazer energia própria, que pode aumentar a rentabilidade da empresa e da região como um todo, inclusive criando mais empregos”.
Esta fonte de geração de energia segue uma tendência de crescimento no país. A potência instalada em usinas de biomassa de cana atingiu 10 GW (gigawatts) no ano passado, segundo dados da (Agência Nacional de Energia Elétrica). O número representa cerca de 7% da capacidade total instalada no país, posicionando a biomassa como terceira maior fonte de energia do Brasil, atrás de energia hidrelétrica (62%) e gás natural (9%).
Nos últimos anos, a biomassa superou em 250% a capacidade instalada média de térmicas a base de óleo combustível e diesel, e é cerca de três vezes maior que a do carvão, segundo informações Zilmar de Souza, gerente da Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar).
Segundo a Unica, se considerar as diversas biomassas, a produção de bioeletricidade para a rede elétrica atingiu 25.482 GWh em 2017, maior período de crescimento estimado nos últimos três anos. Esse volume de energia gerada para a rede foi equivalente a ter abastecido 13,5 milhões de residências ao longo de um ano, evitando a emissão de 7,5 milhões de tCO² (toneladas de gás carbônico), marca que somente seria atingida com o cultivo de 53 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos.
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