Biomassa típica do Sertão será usada em projeto desenvolvido pela Shell e UNICAMP.

A produção de biomassa para geração de energia limpa, bem como combustível mais limpo tem ganhado força no Brasil.

          Recentemente uma parceria entre a Shell Brasil e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) foi anunciada e o objetivo segundo as envolvidas é a produção de Agave, uma biomassa bastante presente em solo nordestino que conta com alto potencial energético.

        Na ocasião um programa foi criado pelas instituições, o qual foi chamado de Brazilian Agave Development (BRAVE). Ele receberá financiamento da Shell, bem como contará com todo conhecimento acadêmico da universidade. Ao todo 30 milhões de reais serão investidos.

         Em nota, a Shell destacou que serão desenvolvidas tecnologias que fornecerão a base de uma nova cadeia industrial no país. Elas serão baseadas no cultivo do Agave, o qual é adaptado ao clima semiárido presente no Sertão Brasileiro e cujo potencial produtivo se assemelha àquele encontrado na cana-de-açúcar.

       “O desenvolvimento do BRAVE contempla soluções biológicas para a melhoria da produtividade, adaptabilidade e resistência do Agave, assim como a criação, pela primeira vez no mundo, de equipamentos para plantio e colheita deste cultivar. Por fim, a parceria prevê a construção de plantas-piloto de processamento e refino da biomassa a serem instaladas na Bahia, convertendo o Agave em biocombustíveis e diversos outros produtos renováveis, como etanol de primeira e segunda gerações e biogás” afirma a Shell.

        Na visão de Alexandre Breda, gerente de Tecnologia de Baixo Carbono da Shell Brasil, o projeto tem como propósito fortalecer o setor de biocombustível do país. “Queremos ajudar a criar tecnologia para um novo conceito de produção de bioenergia no país, que pode viabilizar o surgimento de uma nova cadeia industrial colocando o Sertão Brasileiro como potencial polo produtor de biocombustíveis para o mundo, ao mesmo tempo em que ajudamos a desenvolver uma das áreas de maior vulnerabilidade socioeconômica do Brasil” explica ele.

         Quem também comenta o assunto é Gonçalo Pereira, coordenador do Laboratório de Genômica e Bioenergia da Unicamp. Na ocasião ele reforça que o programa desenvolvido conta com grande potencial, uma vez que o agave é uma biomassa importante, assim como fortalecerá de forma efetiva com as mudanças climáticas. “O BRAVE é uma biorrevolução para o sertão: desenvolvimento de uma cadeia de valor baseada em plantas de altíssima produtividade em zona de semiárido, que se tornará ainda mais comum com as mudanças climáticas”, reforça Pereira.

        O programa possui duração de 5 anos, bem como está alinhado à estratégia global da Shell, que tem como pilares centrais alcançar emissões líquidas zero até 2050, respeitar a natureza, impulsionar vidas e gerar valor para os acionistas.

Fonte: Biomassa BR

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